O meu mundo no mundo
Encontrar o seu lugar no mundo compreende também a ideia de um mundo ao contrário.
Este mundo do avesso mostra não só as coisas ao contrário, mas também como as coisas são, discutindo o sentido que a leva a ser assim.
Com uma observação e análise coletiva da pintura Tempo – Passado e Presente de Paula Rego, debateu-se em sala de aula como o mundo interior e exterior estão interligados, e como é isso que forma os laços da comunidade. Os alunos assistem ao filme Aniki Bóbó, de Manoel de Oliveira e, posteriormente, com inspiração na obra de Paula Rego, há uma elaboração individual de autorretratos que tem como objetivo conhecerem-se a si próprios e darem-se a conhecer; descobrir como são iguais e diferentes e como tudo isso convive e forma a pequena comunidade que é aquela turma.
Estrutura do workshop:
- Os alunos analisam, em conjunto, a pintura de Paula Rego. São feitas perguntas como: O que vemos? Que idade têm as personagens? O que estão a fazer? Para onde olham? O que estarão a sentir? Onde estão? Os quadros na parede têm semelhanças entre si? O que vemos para lá da porta? De onde observamos?
- Perguntamos às crianças se alguma vez olharam para o infinito como o homem de azul da pintura e até que ponto se sentiram isoladas de tudo, a entrar no próprio mundo interior como a menina que desenha.
- É lhes pedido um desenho onde se auto-representam nesse mundo interior, longe de tudo, como o homem de azul.
- Posteriormente, recortaram e colaram essa auto-representação numa nova folha, onde irão desenhar e pintar:
- Um espaço comum onde a família se reúne
- Um medo
- Um desejo
- Uma porta para um sítio onde gostariam de viver
- Uma janela, com o que se vê a partir de casa
Despertar a atenção e desenvolver capacidade de análise, reflexão e expressão. Estabelecer um paralelo entre o olhar que tiveram sobre a pintura e o olhar que podem ter sobre um fotograma, um plano, uma sequência de um filme.
Compreender a obra de arte, ou o fazer artístico, como expressão do mundo interior e olhar sobre o mundo exterior.
Levar à descoberta e expressão do nosso mundo interior e de como esse mundo está ligado ao mundo exterior.
Observação e análise coletiva da pintura.
Visionamento de filme e excerto, conversa coletiva.
Realização de um autorretrato, inspirado na pintura e no filme, com elementos do mundo interior de cada um e do mundo à volta. Um autorretrato que não representa apenas o corpo ou o rosto, mas sim o próprio mundo interior, com a descoberta de maneiras de revelar o que está dentro dele. Percebendo assim que esse mundo interior se articula sempre com o mundo exterior.